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Rio Grande do Sul passa a ser estado brasileiro com maior número de Geoparques Mundiais da Unesco

Potencial turístico de Caçapava do Sul e da Quarta Colônia crescem com a certificação da Unesco

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Vista aérea do geoparque de Caçapava do Sul.
Caçapava do Sul é um dos principais pontos de prática de voo livre do país. - Foto: Divulgação/UFSM
Por Leonardo Maia

Dois Geoparques Mundiais da Unesco no Rio Grande do Sul foram aprovados na manhã desta quarta-feira (24/05), durante a 216ª reunião do Conselho Executivo do órgão, em Paris. A nomeação dos destinos — Quarta Colônia e Caçapava do Sul — acontece após um longo processo conduzido pela comunidade da região, envolvendo representantes das esferas público e privada, assim como da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Com a decisão, o RS se torna o estado brasileiro com maior número de Geoparques Mundiais. Até então, havia apenas três territórios no País classificados dessa forma pela Unesco: Caminhos dos Cânions do Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), Seridó (Rio Grande do Norte) e Araripe (Ceará, Pernambuco e Piauí). Na federação gaúcha, ainda há outro Geoparque que busca o reconhecimento da Unesco: Raízes de Pedra, também localizado na região central do Estado.

No ano passado, uma equipe de avaliadores da Unesco esteve no Rio Grande do Sul para conhecer os atrativos turísticos, culturais e históricos dos locais, que justificam a confirmação do título de Geoparque Mundial. O órgão com atuação mundial reconhece a singularidade geológica das regiões e contribui na construção de uma estratégia de desenvolvimento local. O título funciona como incentivo à conservação do patrimônio natural e cultural, à educação para o meio ambiente, à geração de renda através de iniciativas privadas, ao empreendedorismo, bem como ao turismo sustentável.

O anúncio ocorreu durante a realização da 2ª Conferência Estadual do Turismo, o que elevou o entusiasmo e o clima de festa no evento. Para o secretário do Turismo, Vilson Covatti, o reconhecimento é resultado dos novos rumos que o Estado está tomando, com a valorização do turismo segmentado, especialmente de natureza e paleontológico. “Acreditamos e estamos apoiando o desenvolvimento do turismo nesta região, destinando recursos para aperfeiçoamento da infraestrutura turística e contribuindo para que ela se torne mais conhecida tanto no Estado como no Brasil e no exterior ”, enfatiza.

Imagem mostra queda d'água em cascata no Geoparque Quarta Colônia Aspirante Unesco
Geoparque Quarta Colônia - Foto: Divulgação/Setur-RS

Stener Camargo, secretário de Cultura e Turismo de Caçapava do Sul, conta que o processo para candidatura a Geoparque começou há mais de 10 anos, com pesquisas científicas sobre os potenciais regionais. “Temos um processo de engajamento da comunidade, para trabalhar o pertencimento e fazer com que a população possa explorar esses destinos de forma sustentável, gerando economia e renda”, detalha.

“Estamos trabalhando com diversas frentes para capacitação da rede do turismo, assim como para ajustar pontos em relação à proteção ambiental. Temos muita potencialidade, mas ainda não temos a infraestrutura que julgamos adequada para os atrativos que existem. Projetamos intervenções no prazo de cinco a dez anos, contando com o apoio que já vem sendo dado pelo governo estadual”, explica Camargo.

A partir de agora, os novos Geoparques começam a operar de forma integrada com a Rede Mundial de Geoparques, trocando informações e recebendo capacitações para se aperfeiçoar tecnicamente para desenvolver o turismo local e continuar com o título concedido pela Unesco. Desde o ano passado, a Secretaria de Turismo coordena o Comitê Estadual de Geoparques, grupo que busca transformar o tema em uma política pública de estado e conta com integrantes de secretarias do Executivo estadual e representantes de outras instituições.

Michele Vestena, vice-diretora do Geoparque Mundial da Unesco da Quarta Colônia, lembra que territórios considerados Geoparques observaram o turismo aumentar em até três vezes. “Por estarmos dentro de uma rede mundial, ganhamos uma visibilidade muito grande. Um dos motivos do turismo na Quarta Colônia são os fósseis, mas o nosso território tem muitas outras potencialidades capazes de fazer com que as pessoas passem vários dias por aqui”, argumenta.

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Durante a tarde desta quarta-feira, houve um painel para comentar sobre as oportunidades do produto turístico segmentado, entre elas os Geoparques, com Jaciele Sell, coordenadora de Desenvolvimento Regional e Cidadania da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A especialista considera que a certificação demonstra que o visitante vai encontrar espaços com diversidade de opções de turismo, que funcionam como alternativa para o desenvolvimento dos municípios.

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