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Entenda por que Caçapava do Sul deve ser considerada um Geoparque Mundial da Unesco

A Secretaria de Turismo do RS acompanha visita técnica da entidade que analisa os critérios necessários para concessão do título

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Vista aérea do geoparque de Caçapava do Sul.
Caçapava do Sul é um dos principais pontos de prática de voo livre do país. - Foto: Divulgação/UFSM
Por Leonardo Maia

Um objetivo em comum tem mobilizado a comunidade do município de Caçapava do Sul: passar a contar com um Geoparque Mundial reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A intenção é, por meio do projeto, alcançar novas alternativas sustentáveis para a economia regional, por meio da conservação do patrimônio natural e cultural.

Conforme a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o município de Caçapava do Sul possui uma condição ímpar para a criação de um Geoparque da Unesco. “Isso se dá pela presença de sucessões de rochas sedimentares marinhas e continentais muito antigas, de mais de 500 milhões de anos, expostas em áreas de grande beleza cênica e alta relevância ecológica, como as Pedras das Guaritas e a Serra do Segredo”, argumenta a instituição em seu site oficial.

O professor de Geologia André Borba, docente da UFSM e coordenador científico do projeto do Geoparque, explica que as Rochas da Bacia do Camaquã são consideradas patrimônio geológico de relevância internacional. “Elas marcam como nenhuma outra sequência de rochas a transição do supercontinente Gondwana, entre a produção da cadeia de montanhas e um continente estável. São importantíssimas e muito utilizadas para correlação com muitas sequências (de rochas)”, defende o especialista.

Completam ainda o cenário do patrimônio da cidade os fósseis de animais extintos da megafauna, em especial as preguiças gigantes, assim como as comunidades humanas tradicionais (indígenas, quilombolas e pecuaristas familiares) e as espécies raras e endêmicas do bioma pampa.

O professor André Borba considera que o turismo atraído pelo Geoparque pode ser uma boa fonte de trabalho e renda, movimentando diversos setores da economia, como o hoteleiro e da venda de combustíveis. "Teremos mais empresas de turismo, maior necessidade de guias de turismo... Caçapava precisava de uma ideia nova e apostamos nisso”, acrescenta.

O que falta para Caçapava ser considerada um Geoparque

Nessa última semana, uma equipe da entidade esteve na região para confirmar a escolha do território determinado para integrar a lista dos atuais 177 geoparques mundiais, localizados em 46 países. De acordo com a Unesco, para se tornar um Geoparque Mundial, um território deve demonstrar patrimônio geológico de relevância internacional.

No Brasil, há três Geoparques: Caminhos dos Cânions do Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), Seridó (Rio Grande do Norte) e Araripe (Ceará, Pernambuco e Piauí). Com Caçapava do Sul, o RS se tornará a única federação brasileira com dois geoparques. O resultado final da análise deve ser conhecido em abril do próximo ano, durante a assembleia da Unesco.

Álvaro Machado, técnico da Secretaria de Turismo do RS que acompanhou a visita da Unesco, observou que a comitiva ficou na cidade durante quatro dias. “Houve contato direto com a comunidade, com as escolas, a cultura, a gastronomia e as belezas naturais dos diversos geossítios encontrados no município”, enfatizou.

O servidor ressalta ainda que dentre os geossítios visitados pela Unesco estão as Guaritas de Caçapava do Sul, consideradas pela Setur como uma das sete maravilhas naturais do Estado.

A concessão do título de Geoparque é concedida pela Unesco por um ciclo de quatro anos. Após esse período, o funcionamento e a qualidade do território são reexaminados por avaliadores da entidade, em um processo de revalidação.

Se passar nos critérios estabelecidos, a área segue sendo considerada como Geoparque pelos próximos quatro anos. Caso não atenda os requisitos, o Geoparque terá dois anos para tomar as medidas adequadas e manter o título.

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