Ametista do Sul, na região noroeste do estado, vê salto na ocupação hoteleira. A procura triplicou nos últimos três anos
O município tem amplo potencial turístico evidenciado nos inúmeros atrativos naturais e na presença marcante de empreendimentos
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Até fevereiro de 2024, a rede hoteleira de Ametista do Sul está totalmente ocupada de quintas-feiras a domingos. Apenas pousadas pequenas ainda conseguem receber visitantes nesse período. De acordo com Rejane Cadena de Assunção, presidente da Associação de Desenvolvimento Turístico de Ametista do Sul, a procura pela cidade triplicou após a inauguração do primeiro restaurante subterrâneo do estado, o Belvedere Mina, em 2018. A maior parte dos turistas chegam em caravanas do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e do próprio Rio Grande do Sul.
De dezembro a fevereiro esse perfil passa a se compor por famílias.
Ainda de acordo Rejane Cadena, o salto na procura pela cidade conhecida como a capital mundial da pedra Ametista, também se deve a união de esforços entre poder público e iniciativas privadas.
“Estamos trabalhando para alcançar 100% de ocupação da nossa rede hoteleira não apenas de quinta a domingo, mas em todos os dias da semana. Porque Ametista do Sul e região tem muito a oferecer ao turista e um potencial imenso de atrativos ainda pouco explorados”, ressalta Rejane.
Depois que a exploração das pedras se esgotou sob o território que compreende o município, a cidade se reinventou no reaproveitamento dos espaços subterrâneos abertos por minas. O que pode passar despercebido, até porque não está visível, é que ali existe uma cidade, embaixo da cidade. Praticamente todo o subsolo é perfurado com mina e o visitante que se aventura pelos longos túneis se vê rodeado de pedras em amplos espaços, com as marcas visíveis de onde cada jazida foi rompida por dinamites.
São quilômetros de perfurações que unem imensos complexos subterrâneos. Toda uma área de minas, que seria desativada, foi transformada em um Complexo Turístico que insere o turista em uma experiência surpreendente. Esse é o resultado da exploração econômica de um ambiente que tendia a paralisação e que se tornou atrativo turístico, como poucos no mundo.
Em 2022, a cidade recebeu cerca de 200 mil turistas interessados nesse passeio pelo subsolo. Para 2023 a expectativa é que esse número aumente em até 15%.
Cenário que motivou uma visita técnica do secretário-adjunto da Setur-RS, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, ao município. Ametista do Sul tem demandas de infraestrutura necessárias que, concluídas, podem atrair ainda mais visitantes de outros estados brasileiros e, também, de fora do País.
Há previsão de recursos estaduais para pavimentação asfáltica em vias de acesso turístico da região de Águas e Pedras, assim como a construção de um centro turístico e a revitalização de uma praça municipal. No total, devem ser investidos aproximadamente R$ 2,5 milhões por parte do Estado, de acordo com cálculos iniciais.
O prefeito de Ametista do Sul, Jadir Kovaleski, aponta que a falta de infraestrutura ainda afasta potenciais visitantes. Ele cita, por exemplo, que o acesso a um dos principais hotéis da cidade ainda é feito por uma estrada não asfaltada de 1.500 metros. “Nossa maior necessidade são os acessos, como a RS-591, que liga Ametista a Frederico Westphalen”, enfatiza, ressaltando que a ordem de serviço para intervenção foi assinada nesta terça-feira (02/05) pelo governador Eduardo Leite. O investimento do estado será de R$ 24 milhões no trecho de nove quilômetros de extensão.
Kovaleski explica que a prefeitura busca conversar e se aproximar ao máximo do setor privado para entender as demandas turísticas. “Ametista tem um destaque importante do turismo ligado à questão energética das pedras, atraindo visitantes interessados pelo esoterismo. O grande potencial são os locais de onde são extraídas as pedras, cada complexo oferece experiências turísticas diferentes”, destaca.
O secretário de Turismo do RS, Vilson Covatti, enfatiza a importância de integração entre as duas esferas. “O público precisa dar todo o suporte necessário para que as empresas possam atuar na ponta, em contato direto com os turistas que frequentam o destino. O Estado deve estar presente em qualquer lugar do Rio Grande do Sul com potencial turístico e Ametista com certeza recebe atenção da nossa gestão pelas suas características únicas”, aponta.
Turismo gera abertura de novos negócios e geração de empregos ligados ao setor no município
No total, foram abertas 158 empresas vinculadas ao setor de Turismo na região de Rota das Águas e Pedras em 2022, resultado em um crescimento de 8,2% em comparação com 2021 e 70% em comparação com 2020, de acordo com informações da Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul (Jucis-RS), compilados pelo Observatório de Turismo do RS.
Ametista do Sul teve ainda um saldo positivo de 93 empregos no setor, sendo 640 contratações e 547 desligamentos no ano passado, conforme dados do novo Caged, do Ministério de Trabalho e Emprego (MTE). O número de funcionários admitidos com carteira assinada em 2022 pelo turismo local subiu 2,6% em relação a 2021 e 84% em comparação a 2020, com amplo crescimento no setor de hotelaria (69 novos profissionais formais).
O presidente do Conselho Municipal de Turismo de Ametista do Sul (Comtur), Fabio Paulo Oliveira dos Santos, explica que a criação de um Plano de Turismo consistente serve como base para um desenvolvimento sustentável por todo o trade turístico do município e representa um reflexo da parceria de anos entre as empresas e a gestão municipal. O objetivo traçado pelos entes que participam do plano é que Ametista seja reconhecida até 2025 como a capital mundial da pedra ametista e por ser um destino de turismo natural e único com infraestrutura adequada e de qualidade.
Conheça os pontos turísticos de Ametista do Sul
Belvedere Mina
Inaugurado no início do ano, o Belvedere Mina Park Resort, em Ametista do Sul, faz parte do Complexo Belvedere Mina e oferece experiências únicas em minas subterrâneas de ametista, como a piscina subterrânea. O local também tem uma churrascaria gourmet subterrânea, cervejaria artesanal e loja de pedras e joias. O complexo turístico inclui ainda visita à mina em atividade, museu, tirolesa, hotel e chalés.
Vinícola Ametista
A Vinícola Ametista produz cerca de 280 mil litros de vinho por safra, com destaque para o armazenamento e envelhecimento na maior jazida de pedras ametista do mundo. Com paredes repletas de cristais e ametistas, a temperatura e umidade são ideais para a maturação dos vinhos, produzindo produtos de extrema qualidade e colocando Ametista do Sul na rota dos enoturistas.
Ametista Parque Museu
O Ametista Parque Museu é um complexo turístico considerado referência na região. Fundado em 2001, o museu conta com mais de 2.000 exemplares nacionais e internacionais de pedras raras. Além do museu, o complexo oferece visitação à mina desativada, restaurante, loja, tirolesa e um mirante com vista panorâmica.
A imensa dimensão do empreendimento segue longe dos olhos de quem avista a cidade por fora. A entrada pelo Museu, única parte exposta, leva direto a um dos túneis da Mina que segue até uma estação de venda de vinhos. Na sequência, ha um espaço que oferece queijos da Região. Mais adiante, outra surpresa: uma imensa área destinada a uma cervejaria, com mesas e palco para apresentação e, ainda, a fábrica do produto inserida nesse contexto. Espaço que comporta mais de cem pessoas, com decoração típica de mina e um buffet que não deixa nada a desejar aos melhores restaurantes do mundo. Toda a estrutura de mineração aproveitada para se criar uma experiência única!
Igreja São Gabriel
A Igreja São Gabriel, de Ametista do Sul, é a única igreja do mundo revestida de Pedras Ametistas. São mais de 40 toneladas de pedras ornamentando as paredes internas da igreja e o altar, além de imagens de santos e uma belíssima pia batismal. Contrastando com as tradicionais minas subterrâneas do município, a Igreja possui ao seu lado uma torre de 60 metros de altura.
Pirâmide Esotérica
A Pirâmide Esotérica em Ametista do Sul é um espaço revestido com pedras ametista e vidro semitransparente azulado. Frequentemente utilizada para meditação, sua base representa a terra e seus quatro ângulos representam a verdade, inteligência, silêncio e profundidade.
Salto do Yucumã
Localizado a cerca de 200 km da região de Ametista do Sul, o Salto do Yucumã é considerado a mais extensa queda d'água longitudinal do mundo. O Parque Estadual do Turvo oferece um ambiente acolhedor aos visitantes, que podem apreciar as quedas e explorar a rica fauna e flora da região. A infraestrutura para receber turistas é completa e inclui banheiros, estacionamento e quiosques.
Turismo a céu aberto
A cidade investe também no turismo a céu aberto, com diversos cafés e empreendimentos diferenciados, sempre com temáticas vinculadas às pedras e jazidas. Afinal, Ametista do Sul é reconhecida como a capital mundial da pedra que leva o nome.
Turismo de Negócios/Comércio
A cidade oferece múltiplas opções de lojas para compra de pedras, com custos variáveis.
As mais trabalhadas e de maior porte podem custar de 12 a 400 mil Reais. O valor agregado dessas pedras é enorme e tem impacto direto em toda a economia regional.
Saiba mais sobre o turismo em Ametista do Sul
>> Site oficial de promoção turística